Terminal Deodoro é inaugurado nove anos depois do início das obras para implantação do BRT Transbrasil, embora o novo corredor expresso só comece a operar em 2024.

Nove anos depois do início das obras para implantação do BRT Transbrasil, ao longo de grande parte da Avenida Brasil, a prefeitura faz hoje a primeira entrega do projeto, embora o novo corredor expresso só comece a operar em 2024. Com a presença do prefeito Eduardo Paes, será inaugurado no início da manhã o Terminal Deodoro, permitindo de imediato que passageiros façam a integração entre o ramal da SuperVia de Japeri, ônibus e o BRT Transolímpico (até o Recreio). Dependendo de onde o passageiro embarca e o modal que utilize, o ganho de tempo na viagem até seu destino vai reduzir a 20 minutos a meia hora, de acordo com cálculo feito pela Secretaria municipal de Transportes.

— Ganhar até uma hora por dia no deslocamento, contando ida e volta, é muita coisa na vida de uma pessoa — destaca a secretária Maína Celidonio. — O usuário do trem levará menos 20 minutos para chegar a Barra ou ao Recreio, não precisando usar mais o Transcarioca (o embarque até hoje era só em Madureira). Quem sai da altura de Bangu terá uma redução de 30 minutos. Os que saem de Guadalupe, de 20. E os usuários da Vila Kennedy, de 25 minutos.

Pelo planejamento inicial, o Terminal Deodoro deveria estar pronto em 2016, para a Olimpíada, a fim de facilitar a ligação com os principais equipamentos dos Jogos, mas as obras do BRT atrasaram e sofreram paralisações. Deodoro começou a ser construído em 2021.

Dentro do novo terminal, com seis mil metros quadrados, funcionarão dois serviços de BRT: o 52, que irá até a Barra; e o 51, até o Recreio. Sete linhas de ônibus convencionais vão parar dentro do espaço. Outras cinco terão ponto em frente. Quando o Transbrasil ficar pronto, integração será ainda maior.

Novo corredor: 2024

Sem data ainda para a inauguração, Maína confirma para 2024 a estreia do Transbrasil. Os articulados para o novo corredor estão previstos para ser entregues de novembro a março do ano que vem.

A Secretaria municipal de Infraestrutura (SMI), responsável pelas obras do corredor, mantém o prazo de conclusão do corredor para o fim deste ano. Segundo o órgão, faltam terminar quatro das 18 estações e quatro das 21 passarelas em Irajá, Fazenda Botafogo, Jardim Guadalupe e Guadalupe.

A SMI informa ainda que as obras do Transbrasil — sem considerar o Terminal Gentileza, no Caju, que é uma parceria com o VLT — custarão R$ 1,9 bilhão. Quando foram iniciadas, em 2014, estavam orçadas em R$ 1,4 bilhão.

O mapa do sistema — Foto: Editoria de Arte

No valor das intervenções estão incluídos três terminais: além do de Deodoro, o das Missões e o do Trevo das Margaridas. Contudo, nos dois últimos, diz a secretária municipal de Transportes, os BRTs municipais não vão parar para embarque e desembarque de passageiros. Eles vão servir como área de manobra dos articulados da prefeitura do Rio e para ônibus intermunicipais.

— Os terminais de Margaridas e Missões são disponibilizados para ônibus intermunicipais. Eles permitirão a entrada e a saída dos intermunicipais da calha (do BRT). É uma decisão do estado comprar ou não ônibus articulados — explica Maína.

Quanto ao Terminal Deodoro, a secretária de Transportes não estima o número de usuários que passarão neste primeiro momento pelo local:

— Estamos mostrando que existe uma redução do tempo de viagem. Mas o número de passageiros que passarão inicialmente pelo Terminal Deodoro vai depender de o usuário mudar a forma de fazer o trajeto. O que estimamos é que, com o início da operação do Transbrasil, cerca de 50 mil usuários passem por ali.

Quais linhas param no Terminal Deodoro?

Os BRTs vão parar no segundo andar do terminal, em oito vagas, distribuídas em duas plataformas, que totalizam 2,5 mil metros quadrados. O acesso será feito por meio de viadutos exclusivos para os articulados: o do Transolímpico, que passa sobre a linha férrea, e o do Transbrasil, que passa ao lado do piscinão de Deodoro.

O térreo do terminal será destinado aos ônibus alimentadores. São 24 vagas, distribuídas em 3,2 mil metros quadrados, conectadas com a plataforma do BRT por meio de escadas e elevadores. Ao todo, são sete serviços — cinco novos — instalados no local, para interligar o terminal à Zona Oeste, principalmente.

Duas linhas que faziam ponto final em Marechal Hermes serão estendidas até o novo terminal. A 653, que estava inoperante desde 2020, passa a fazer o trajeto entre o Méier e Deodoro, enquanto a 783 ganhará um serviço variante, para atender os usuários do novo terminal. Confira lista:

  • 653 / LECD 65 (Méier—Deodoro);
  • 764 (Catiri—Deodoro);
  • 765 (Mendanha—Deodoro);
  • SV783 (Praça Seca—Deodoro);
  • 788 (Campo Grande—Deodoro via Ponto Chic);
  • 796 (Campo Grande—Deodoro via Mendanha);
  • 798 (Campo Grande—Deodoro via Posse).

Novas linhas alimentadoras fazem ponto final no Terminal Deodoro — Foto: João Vitor Costa / Agência O Globo

Esses sete serviços, operarão inicialmente apenas em horários de pico. Conforme a prefeitura, o funcionamento pleno irá acontecer quando o Transbrasil for inaugurado.

Na lateral do Terminal Deodoro, linhas convencionais que já passam pelo seu entorno irão usá-lo como ponto de parada para permitir a integração com o BRT. São elas:

  • 300 (Sulacap—Candelária);
  • 393 (Bangu—Candelária);
  • SV624 (Mariópolis—Praça da Bandeira);
  • SV777 (Padre Miguel—Madureira);
  • 926 (Senador Camará—Penha).
Linhas convencionais têm ponto de ônibus na lateral do Terminal Deodoro — Foto: João Vitor Costa / Agência O Globo

Linhas convencionais têm ponto de ônibus na lateral do Terminal Deodoro — Foto: João Vitor Costa / Agência O Globo

Passageiros que quiserem acessar o novo terminal a partir dos trens da SuperVia podem fazê-lo pela estação de Deodoro, parada dos ramais Japeri e Santa Cruz: haverá uma passarela de 236 metros quadrados fazendo a ligação com o novo terminal.

Grafite em estações

Outra novidade será lançada amanhã pela prefeitura no futuro Terminal de Integração Gentileza. Um projeto vai mobilizar grafiteiros que moram em comunidades ao longo da Avenida Brasil para levar mais cor a quem cruza a via. O secretário de Integração Governamental, Jorge Arraes, explica que a ideia é que os artistas decorem as estações do BRT Transbrasil para que se sintam também uma espécie de “protetores” do lugar.

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