A sede da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), localizada no Centro do Rio de Janeiro, foi palco, no último dia 16 de fevereiro, do Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis 2017, evento que recebeu um público superior a 100 pessoas, incluindo representantes do Governo, empresas e sindicatos – entre eles o Sindicom –, além da imprensa, para apresentar números e análises referentes ao ano de 2016 do mercado de combustíveis. Apesar dos resultados indicarem queda nas vendas pelo segundo ano consecutivo, há uma expectativa de que 2017 marque uma retomada do setor como consequência da aguardada reativação da economia.
Segundo os dados apresentados pela ANP, como consequência da recessão e do crescente desemprego no país, as vendas de combustíveis no Brasil em 2016 chegaram a 135,436 bilhões de litros, o que significa um recuo de 4,5% em comparação com os 141,811 bilhões de litros comercializados no ano anterior. A Agência identificou aumento de 4,6% nas vendas de gasolina nos postos, que foi de 43,019 bilhões de litros, ao passo que a comercialização de etanol hidratado foi de 14,586 bilhões de litros, número 18,3% inferior ao verificado em 2015, enquanto o etanol total caiu 9%, vendendo 26,201 bilhões de litros em 2016.
De acordo com o relatório da ANP, o consumo de óleo diesel, que historicamente acompanha o PIB nacional, também recuou, com 54,279 bilhões de litros sendo vendidos no período – número 5,1% inferior ao observado em 2015. O biodiesel também vendeu 5,1% a menos, com 3,799 bilhões de litros sendo consumidos ao longo de 2016, enquanto o querosene de aviação (QAV) recuou 8%, com 6,765 bilhões de litros comercializados, e o óleo combustível teve queda de 32,4% nas vendas, com 3,333 bilhões de litros consumidos. No sentido oposto, as vendas de gás natural veicular (GNV) cresceram 3,2%, com 4,976 milhões de m³/dia.
“Em 2016, a demanda por combustíveis caiu, mas imaginamos que 2017 será o início de uma retomada, com aumento de consumo de combustíveis e de aumento de importação. Vivemos um momento único no Brasil, pois é a primeira vez na história desde que a Petrobras foi fundada que convivemos, simultaneamente, com transformações profundas nos três segmentos principais da indústria de petróleo”, observou Décio Oddone, diretor-geral da ANP, na abertura do evento, citando ações como a retomada dos leilões de áreas de exploração, a abertura do mercado e o conjunto de mudanças no segmento de downstream como pontos positivos no cenário atual.
“Imaginamos que mais à frente também veremos a retomada de investimentos no downstream brasileiro para atender à demanda. Estamos começando um período muito rico na história da indústria de petróleo e gás no País e também um período muito rico para a ANP, que tem uma responsabilidade grande em todo este processo, garantindo que as alterações aconteçam em benefício do consumidor”, concluiu Oddone.
Fonte: Newsletter Sindicom – Março/2017