Agentes das Forças Armadas coletaram informações sobre três quadrilhas que atuam em vias expressas e preparam ações para desarticulá-las
Após as Forças Armadas iniciarem o reforço na segurança do Rio de Janeiro, os militares farão uma operação para conter quadrilhas de roubos de carga que atuam no Arco Metropolitano (rodovia que contorna a região metropolitana do Rio). As Forças Armadas farão bloqueios, operações ostensivas e ações para prender de integrantes das quadrilhas.
As articulações para dar início à operação começaram na última quinta-feira, 27, um dia antes do governo do presidente Michel Temer anunciar o reforço na segurança do estado. Os militares do Serviço Reservado da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, em Realengo, entraram em contato com representantes do Sindicato das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio (Sindicarga) e da Secretaria de Segurança para obter informações sobre as quadrilhas.
De acordo com o jornal Globo, as Forças Armadas têm em mãos dossiês dos três principais grupos criminosos que atuam na via – dois na Baixada Fluminense e um terceiro, em São Gonçalo – com dados sobre os integrantes de cada quadrilha, horários, rotas e locais onde geralmente os crimes acontecem.
Segundo as informações passadas para os militares, as quadrilhas são formadas por bandidos que integram o tráfico de drogas dos Complexos da Pedreira e do Chapadão, na Zona Norte do Rio, do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, e da favela do Guandu, em Japeri. Os trechos da via que passam pelos municípios de Seropédica e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e São Gonçalo são os que mais registram ocorrências.
Os roubos geralmente ocorrem na parte da manhã, entre 8h e 9h, e as cargas dos caminhões são levadas para as favelas, onde são esvaziadas. Os bandidos escolhem como rotas a Avenida Brasil, usada por bandidos da Pedreira e do Chapadão, e a Niterói-Manilha, usada por traficantes do Salgueiro.
Somente em 2016, foram registrados 9.870 roubos de carga que trouxeram prejuízo de R$ 619 milhões para empresas, segundo um levantamento da Firjan. O número é um recorde desde que a estatística começou a ser feita, em 1993.
Diminuição nos roubos
Um levantamento feito pelo jornal Extra, com base em dados da Polícia Civil do Rio de Janeiro, aponta que nos dois primeiros dias de operação militar no estado foram feitos 30 roubos de carga. O número é 30% menor que o registrado na semana anterior, quando foram registrados 43 assaltos entre os dias 21 e 22 de julho.
Em visita ao Rio de Janeiro para se reunir com autoridades de segurança, Temer anunciou os números e adiantou que a operação militar, que, inicialmente, iria até dezembro, deve ser prorrogada para 2018. “Em um primeiro momento, a conclusão que se teve é que o número de roubos, em especial o de cargas, já diminuiu enormemente”, disse o presidente.
O número de roubo de carros também reduziu após a presença dos militares, caindo de 294 – entre os dias 21 e 22 – para 203.