Muitas pessoas estavam descarregando o caminhão e, quando viram a aproximação do helicóptero, saíram correndo. Grupo saqueava carga de doces e chocolates.
Por Bom Dia Rio
20/02/2017 07h29 Atualizado há 1 hora
Imagens flagradas pelo Globocop na manhã desta segunda-feira (20) mostram um grupo de pessoas descarregando um caminhão na Estrada do Camboatá, na região do Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio.
Muitas pessoas estavam descarregando o caminhão e, quando viram a aproximação do helicóptero, saíram correndo. Outros continuaram a retirar o material do caminhão com o rosto coberto. A carga do caminhão é de doces e chocolates.
Roubo a cada hora e meia
O Chapadão tem uma das mais altas estatísticas de roubo de cargas no Rio de Janeiro. Com o aumento dos números de roubos de carga, o valor do prejuízo acaba chegando aos consumidores. De acordo com um levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), uma carga é roubada a cada hora e meia no RJ. Essa é a média de roubos dos últimos cinco anos. Os dados usados como base para o estudo são oficiais, divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).
Os casos de roubo de cargas triplicaram no Estado do Rio de Janeiro desde 2011. Em 2016, foram registrados mais de 9.862 mil casos.
“As seguradoras não querem mais fazer contato com as seguradoras. Isso causa um problema. Porque o transportador vai ter que arcar com o prejuízo e quem vai pagar essa conta é o consumidor final”, explicou Venâncio Alves de Moura, diretor de segurança do Sindicargas.
A violência tem um impacto econômico. De acordo com as empresas do setor de transportes, o prejuízo registrado superou R$ 600 milhões no ano passado. Isso aumenta as despesas com equipamentos de segurança e rastreamento, por exemplo. Quem paga a conta final é o consumidor, que terá que pagar por um produto mais caro, já que estes custos são repassados.
“Um exemplo claro seria um fogão. Se você tem um fogão pra chegar na loja custando R$ 1 mil, esse custo extra chega custando R$ 1,235 mil. Isso afeta tudo. Não só fogão. Arroz, feijão, celular. O Estado também perde o tributo daquelas vendas”, explicou Riley Rodrigues, economista da Firjan.
Em 2016, a maior parte dos casos foi registrada em bairros da Zona Norte da cidade e em municípios da Baixada Fluminense. Os sindicatos e as indústrias cobram mais ação da polícia. Eles pedem mais patrulhamento nas estradas e avenidas, além de reforço nas investigações sobre o assunto.
“Você tem mais de 25% dos casos ocorrendo em um trecho de 4 quilômetros da Avenida Brasil. Falta repressão direta e combater elos. Enquanto você tiver pontos que vendem cargas roubadas e sem repressão muito forte sobre eles, dificilmente vamos ter resultados satisfatórios”, explicou o economista da Firjan.