A audiência pública realizada em conjunto pelas comissões de Economia e Segurança Pública na Alerj, nesta terça-feira, trouxe alguns números que mostram o tamanho do buraco em que se encontra o estado do Rio de Janeiro.
Segundo Riley de Oliveira, gerente de estudos de Infraestrutura da Firjan, mais de 80% dos casos de roubo de carga no Brasil se dividem entre Rio São Paulo, sendo que, por aqui, 94,8% das ocorrências acontecem na região metropolitana da capital. Apenas um trecho de quatro quilômetros na Avenida Brasil é reponsável por 2,5% de todos os casos no país.
Como resultado, o número de registros de caminhões no estado caiu de 98 ao mês, em 2016, para apenas 22, neste ano.
A pesquisa da federação ainda levantou que o dinheiro perdido por causa desse tipo de crime praticamente equivale à construção de dois arcos metropolitanos.
Já o Instituto de Segurança Pública (ISP) identificou que grande parte dos assaltos acontece em plena luz do dia. Joana da Costa, presidente do instituto, afirmou que, na região da Vila Kennedy, os roubos costumam acontecer entre as 9h e 12h, de terça a sexta.
Para representantes de várias entidades, foi-se a época em que esse tipo de crime podia ser visto com romantismo. Hoje, a atividade está “visceralmente ligada” ao tráfico de armas e drogas, funcionando como um “banco para o crime organizado”.
A audiência, liderada pela deputada Martha Rocha (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia, deve prosseguir até as 15h, horário de início da ordem do dia na Alerj. O intuito do grupo reunido no Palácio Tiradentes é criar propostas para combater a pilhagem no estado, cujos efeitos já se fazem sentir. O presidente do Conselho de Empresas de Logística e Transportes (ACRio), Eduardo Rebuzzi, declarou que algumas filiais fluminenses do setor já fecharam.
Para ele, é só uma questão de tempo até que o Rio comece a a passar por problemas de abastecimento.