Eles prometem bloquear as rodovias da região em protesto ao aumento dos impostos sobre combustíveis.
Trabalhadores do setor de transporte de cargas do Paraná podem paralisar as atividades nos próximos dias em protesto ao aumento no valor do óleo diesel. Em grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo, a greve deve acontecer hoje (1).
“Temos mobilizações acontecendo em várias regiões do país. Aqui no Paraná, temos a safra de milho que deve bater recordes de produção, e por este motivo não vamos paralisar agora”, explica o líder do movimento dos caminhoneiros autônomos de Foz do Iguaçu, Saulo Lanb.
Segundo ele, com o fim da colheita do milho, a ideia é reunir os caminhoneiros e definir a data para a greve. “Se não sair agora, sai daqui uns dias”, assegura Saulo. Os trabalhadores querem fechar as rodovias em protesto contra o aumento do diesel após as alterações das alíquotas do PIS e Cofins. Apesar de o governo ter revisto o reajuste e anunciado a redução de R$ 0,08 no imposto na semana passada, os caminhoneiros afirmam que sofrem com a falta de incentivos. “Mesmo que o governo tenha voltado atrás, isso não refresca nada. O setor de transporte de cargas é o que movimenta o Brasil e o que mais sofre sem valorização. O que o governo faz é tirar de quem produz. O que ele deveria fazer era cortar os grandes salários dos juízes, promotores e deputados”, desabafou o caminhoneiro.
Com a revisão fetia pelo governo, em vez de o combustível fica R$ 0,32 mais caro por litro, a alta será de R$ 0,24.
Prejuízos
A notícia do aumento do imposto sobre o combustível chegou em péssima hora para a categoria, que ainda sofre com a falta de aplicabilidade da “Lei do Caminhoneiro” e com a falta de uma tabela de frete que garanta certa estabilidade da remuneração recebida no transporte rodoviário de cargas. “Há mais de dez anos que não mexem no preço do frete. Ele está pelo menos 40% defasado. É por isso que um trabalhador não consegue renovar sua frota. É viver para pagar IPVA, pedágio e combustível”, salientou o líder do movimento. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou nota oficial em que discorda de uma greve, mas garante entender a preocupação da categoria. “A insatisfação e a preocupação com a garantia de sustento do trabalhador está sendo discutida pela Abcam e suas entidades filiadas. As Federações estão realizando consultas com os transportadores de seus Estados para saber a vontade em aderir ou não a uma paralisação.”
Cautela
Segundo o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, até o momento, não há sinalização de adesão à greve geral. “A paralisação pode trazer um prejuízo muito maior ao transportador, que além de perder um dia de remuneração contiuará a arcar com a alta dos impostos. A solução encontrada é aumentar o frete em média 5%, passando o aumento docusto para o contratante”, disse.
A Abcam afirma que respeitará a decisão daqueles que optarem pela greve, entretanto solicita que a manifestação seja feita em casa, com os transportadores deixando de entregar suas cargas, e não bloqueando as rodovias. “É preciso respeitar o direito de ir e vir de cada um. Aqueles que quiserem aderir à greve serão respeitados, porém não será aceito impedir que aqueles que desejam trabalhar continuem seu trajeto”, afirmou Fonseca, via assessoria.
Fonte: Portal da Cidade com Gazeta Diário